Vereadora nega acusação e critica PF por desrespeito às prerrogativas de advogada

DOURADOS NEWS


Alvo da operação "A Verdade Vos Libertará", deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (18), a vereadora Daniela Hall (PSD) negou as acusações de irregularidades na campanha eleitoral de 2020 e criticou os agentes por terem cumprido o mandado de busca e apreensão na casa onde mora sem respeito às prerrogativas de advogada. 

Em entrevista coletiva concedida na Câmara de Dourados pouco depois das 9h, a parlamentar disse que quatro policiais homens entraram no imóvel acompanhados por duas testemunhas, também do sexo masculino, enquanto estava de roupas íntimas, e não a deixaram se trocar. 

 
Segundo ela, os policiais foram respeitosos, mas violaram prerrogativa como advogada de estar acompanhada de um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). 

“A OAB soube do cumprimento do mandado pela imprensa e a comissão chegou após a saída da polícia. Fica minha indignação porque meu escritório de advocacia é na minha casa e também pelo fato de terem ido apenas policiais homens. Eu estava de roupas íntimas, não me permitiram trocar de roupas, chamaram duas testemunhas, dois homens também, então entraram seis homens estranhos na minha casa e não me deixaram sequer trocar de roupa. Mas isso tudo faz parte, a gente sabe que algumas operações gostam de ser bastante pirotécnicas e isso faz parte do jogo”, afirmou.

Por essa razão, Daniela disse que a entidade de classe deve tomar as medidas cabíveis.

“Não existe um procedimento judicial, existe uma investigação policial, então eu acredito que o partido, por enquanto, não tem muito o que fazer, até porque as contas eleitorais do partido foram aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral, e as minhas contas também", avaliou.  


Sobre a denúncia de suposta prática do crime de falsidade ideológica nas prestações de contas de campanha de alguns candidatos do partido que dirige em âmbito municipal, a vereadora negou o cometimento de qualquer irregularidade e avalia que correligionários ficaram descontentes durante o pleito por falta de recursos partidários. 

“Corre na Polícia Federal desde março ou abril investigação por conta de candidato do partido PSD que teria recebido dinheiro sem contabilizar na campanha de 2020. Já fui chamada, ouvida, soube depois que outros candidatos também foram ouvidos, e hoje houve o cumprimento de mandado de busca e apreensão para tentar buscar algum tipo de documentação que comprove a alegação”, explicou. 

Na busca e apreensão cumprida hoje, segundo a vereadora, os policiais federais levaram a ata de filiação do PSD e o aparelho de telefonia celular pessoal. 

Mais cedo, a Polícia Federal informou que a operação deflagrada hoje cumpriu 18 mandados de busca e apreensão. Outro endereço visitado pelos agentes foi a Câmara Municipal.