Dólar sobe mais de 1% com aversão a riscos após invasão da Ucrânia pela Rússia

Cenário favorece ativos vistos como de proteção, como o ouro, mas é negativo para o mercado de ações e moedas emergentes

CNN BRASIL BUSINESS


- Real reverte tendência de valorização após Rússia atacar Ucrânia Anna Nekrashevich/Pexels

O dólar sobe nesta quinta-feira (24) após a Rússia iniciar uma invasão na Ucrânia, gerando uma aversão global a riscos e a busca por ativos considerados mais seguros, caso da moeda norte-americana, afetando a tendência nas últimas semanas de valorização do real.

Por volta das 9h41, o dólar avançava 1,18%, cotado a R$ 5,063. O contrato futuro da moeda de primeiro vencimento negociado na B3 tinha alta de 1,1%, a R$ 5,064.

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Na quarta-feira (23), o dólar fechou em queda de 0,94%, cotado a R$ 5, menor patamar desde 30 de junho de 2021. Já o Ibovespa caiu 0,78% aos 112.007,61 pontos.

Na madrugada de quinta-feira, o presidente russo Vladimir Putin autorizou a realização de uma “operação militar especial' no leste da Ucrânia, onde ficam localizadas duas regiões separatistas que foram reconhecidas pelo país como independentes.

Na prática, a autorização levou a uma invasão do país pela Rússia, com relatos de ataques e explosões em diversas regiões ucranianas. Os Estados Unidos, países europeus e outros aliados criticaram a ação e prometeram responder com uma série de sanções contra a Rússia.

A invasão, e as chances de novas escaladas no cenário geopolítico, aumentam a aversão a riscos dos investidores e a busca pelo dólar, com o índice DXY, que compara a moeda frente a outras, avançando cerca de 1%. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, “o aumento da tensão pode favorecer o real via commodities mais elevadas'.

O cenário também favorece outros ativos considerados de “proteção”, por serem menos voláteis, caso do franco suíço, do ouro – que sobe mais de 2% – e da prata que avança mais de 3%.

O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, tem alta de quase 20%, rondando os 37 pontos. O ambiente acaba sendo negativa para o mercado de ações como um todo, com as bolsas em todo o mundo caindo, assim como para outros ativos de risco, caso das criptomoedas, com o recuo do bitcoin rondando os 8%.

Outra consequência da invasão é a alta nos preços de commodities, principalmente as ligadas à Rússia e a à Ucrânia, caso do milho, trigo e do petróleo. O tipo Brent, referência da Petrobras para a política de preços, sobe mais de 7% e ultrapassou a casa dos US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2014.

A bolsa de valores da Rússia, na capital Moscou, chegou a suspender negociações de todos os seus ativos em meio a quedas significativas. O rublo russo segue caindo em relação ao dólar, próximo de mínimas históricas.

A situação na Ucrânia ainda não havia superado os benefícios para o real de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, com o Brasil beneficiado também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve. Entretanto, isso pode mudar.

O ciclo estava ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que leva a altas nos preços. Por outro lado, intervenções do governo chinês no mercado têm gerado pressões de queda, em um sobe e desce na cotação.

No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do tipo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. As tensões na Ucrânia também fazem os preços subirem.

Outro fator que pesava nesse movimento é a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos já no mês de março, de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, reforçada por dados de inflação levemente acima do esperado. Com isso, investidores estrangeiros têm saído do mercado de ações norte-americano.

Com a inflação americana batendo recorde em quatro décadas, o Fed vem dando indicações mais duras aos mercados, mas a ata da última reunião do banco não deixou claro o tamanho e ritmo do aperto que o banco central americano fará, indicando que as decisões ocorrerão a cada reunião pelo contexto econômico.

Qualquer alta de juros no país pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americano ainda mais atrativos para os investidores, pressionando negativamente o real.

No radar dos investidores está também a chamada PEC dos Combustíveis, que permitiria a suspensão de impostos para esses produtos. Representando um possível descontrole de gastos, o tema tem potencial para afetar negativamente o real e o Ibovespa.

Duas PECs já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, com cálculos de perda de arrecadação indo de R$ 18 bilhões até R$ 100 bilhões dependendo do conteúdo, mas o foco no momento são dois projetos de lei sobre o tema cuja votação foi marcada para o próximo dia 8.

Um dos PLs determina um valor fixo de cobrança do ICMS para combustíveis, com o tributo estadual deixando de variar seguindo flutuações de preço do produto, e expande o chamado vale-gás para famílias brasileiras.

Já o outro criaria um fundo de estabilização do preço do petróleo e derivados (diesel, gasolina e GLP), com uma nova política de preços internos de venda para distribuidores.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 2 de maio de 2022.

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*Com informações da Reuters