Agronegócios
Conflito entre Rússia e Ucrânia deve elevar preço de fertilizantes em 22/23
Para analista sênior do Rabobank Brasil, a ureia deve atingir patamares de preços acima dos observados em 2021
CANAL RURAL
Em 2021, o Brasil importou da Rússia 9,3 milhões de toneladas de fertilizantes para a produção agrícola. O país é o principal fornecedor brasileiro. De acordo com o analista sênior para o Mercado de Insumos do Rabobank Brasil, Bruno Fonseca, o cenário de conflito entre Rússia e Ucrânia pode elevar os preços dos produtos nos próximos meses. “A gente já viu uma elevação no preço do petróleo simplesmente pela tropa estar mais próxima da fronteira entre Rússia e Ucrânia, então a gente pode imaginar que, sim, qualquer escalação do conflito por lá deve elevar os preços dos fertilizantes', comenta.
A ureia, utilizada nos adubos nitrogenados, também fornecida em grande parte pela Rússia, deve atingir patamares de preços acima dos observados em 2021. “Um possível conflito deve fazer, com certeza, que esses preços voltem a subir. Os US$ 860, referência Porto/Brasil, que a gente observou no ano passado, pode acabar indo acima disso esse ano', conclui.
O mercado já havia desenhado no início de 2022 um cenário de alta para os preços de fertilizantes e outros insumos pela crise energética da China, o que reduziu a oferta do produto. Para a safra 22/23 de grãos, o especialista já prevê que o produtor deve enfrentar um acréscimo no custo de produção. “Eles [fertilizantes] devem continuar assim por mais um tempo, pelo menos até o final do primeiro trimestre de 2022 e entrando já um pouco no segundo trimestre. O produtor vai acabar tendo que se preocupar mais com o preço de fertilizantes porque ele está mais próximo ao período de aquisição para a próxima safra de soja', informa Fonseca.