Esposa e suposto amante são denunciados por homicídio, ocultação de cadáver e fraude

DOURADOSNEWS / ANDRé BENTO


Corpo da vítima foi encontrado na manhã de 14 de fevereiro jogado às margens de uma estrada vicinal que liga os bairros Jardim Guaicurus e o Jóquei Clube - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News/Arquivo

O MPE-MS (Ministério Público Estadual) denunciou Mayra de Lima Luna e Bruno José Feliciano pelo assassinato de Douglas Novaes Rocha, cujo corpo foi encontrado na manhã de 14 de fevereiro jogado às margens de uma estrada vicinal que liga os bairros Jardim Guaicurus e o Jóquei Clube, em Dourados.

Protocolizada na 3ª Vara Criminal da comarca no dia 28 passado pelo promotor de Justiça Luiz Eduardo Sant'Anna Pinheiro, a denúncia contra a esposa da vítima e o suposto amante dela tipifica os crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa do ofendido, além de ocultação de cadáver e fraude processual. 

Segundo a acusação, os autores do crime agiram em unidade de desígnios com o intento de matar e “utilizando arma branca, tipo faca, concorreram para que fossem desferidos pelo ao menos 11 (onze) golpes contra a vítima”, “atingindo-o nas regiões da pescoço, tórax, costas, abdome, ombro esquerdo e mão esquerda, causando-lhe a morte”. Mayra está presa preventivamente e Bruno foragido.

A peça acusatória, embasada no inquérito policial, indica que o homicídio ocorreu na madrugada de 14 fevereiro de 2022, por volta das 3h, no interior da residência localizada na Rua Perú, no Parque das Nações I, onde Mayra e o marido Douglas viviam com três filhos do casal, todos menores de idade. 

Segundo o MPE, o crime foi praticado por motivo torpe, “uma vez que decidiram ceifar a vida da vítima, por considerá-la um obstáculo ao relacionamento extraconjugal que mantinham”. 

Além disso, a Promotoria de Justiça aponta que os denunciados praticaram o ato criminoso mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, uma vez que os ataques iniciaram enquanto Douglas dormia no sofá da residência, após ingerir bebida alcóolica, bem como os autores executaram o assassinado por meio cruel, tendo em vista a quantidade de golpes desferidos em diversas regiões do corpo.

Quanto à qualificadora de ocultação de cadáver, a denúncia detalha que após certificar a consumação do delito, os denunciados colocaram o corpo da vítima no porta-malas de um veículo Fiat Pálio e Bruno se dirigiu até uma estrada vicinal, situada nas proximidades da Fazenda Coqueiro, entre os bairros Jóquei Clube e Jardim Guaicurus, onde, com o intuito de ocultá-lo, jogou-o em uma valeta, às margens de um córrego.

Em relação à fraude processual, o MPE acrescenta que Mayra permaneceu no local do delito e, com o intento de alterar a cena do crime, limpou as evidências deixadas no interior do imóvel. Com o retorno de Bruno, ambos prosseguiram com a remoção dos vestígios aparentes no veículo e após a fuga do suposto amante, ela retornou à casa e visando ludibriar as investigações, “passou a procurar pela vítima em diversos locais, informando que, após uma discussão familiar na noite anterior, Douglas havia saído de casa à pé, e não teria retornado”.